quarta-feira, 30 de março de 2011

Num espaço sideral qualquer as ondas de luzes das milhares de estrelas passavam pela janela selada a vácuo. Os metais e botões da cabine da nave eram de metal cromado e o ambiente de gravidade zero permitia aos tripulantes movimentos inusitados. O odor daquele futurístico transporte era de plástico novo e os ruídos das máquinas refinadas sugeria anos de evolução na exploração do espaço. Pequenos cometas passavam ao longe e nenhuma tremulação atingia a nave. O movimento era calmo e relaxante. Por fim, via-se um planeta e sua atmosfera bem delimitada gases de cores frias.



Num estalo e em fogos incandescentes a explosão repetina do transformador de voltagem central provocou um grande Black-out. O centro da cidade rapidamente ficou movimentado, pessoas corriam em direção aos seus veículos, donos de lojas reparavam suas mercadorias e cachorros de rua latiam por nenhum motivo aparente. As mães tratavam logo de segurar bem forte nos pequenos e frágeis braços de seus filhos evitando perdê-los. As luzes de emergência ficaram de prontidão em poucos segundos, mas foi insuficiente para segurar o berro de uma bebe no colo de seu pai que se assustava com os vultos apressados ao seu redor. No ar ficava o cheiro de fio queimado do transformador que se misturava com a gordura dos lanches que vendiam colesterol . Em alguns minutos toda a agonia foi cessada e, como abelhas mansas, as pessoas diminuíram seus passos indo em direção as suas casas.

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